Sobre o livro Ciência X Espiritualidade

Você já imaginou debater assuntos sérios com alguém, de maneira amigável, respeitando a opinião alheia e ainda assim continuarem amigos?

Parece uma coisa simples, mas a gente sabe que não é. Quando resolvemos conversar sobre religião, Deus, criação, fé, se temos opiniões muito distintas, a conversa sempre esquenta e sempre fica uma pontinha de raiva quando não conseguimos convencer o outro a mudar sua opinião. Todo mundo faz isso: tenta mudar a opinião alheia com relação a esses assuntos. Até aí tudo bem, mas vendo as redes sociais ultimamente, percebemos que essa vontade de mudar a opinião do outro ou a ânsia em criticar a opinião alheia está causando muitos problemas e talvez até alimentando ódios e incitando violências (devemos lembrar que violência não é só a física).

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Agora imagine que, além de conversar amigavelmente com alguém sobre assuntos sérios, cada um defendendo sua opinião, vocês decidem colocar essa discussão num livro? Sim, escrever a quatro mãos um livro, mas entre duas pessoas com opiniões extremamente opostas!

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Pois assim foi concebido o livro “Ciência X Espiritualidade: dois pensadores, duas visões de mundo”. Os autores são Deepak Chopra, espiritualista, formado em medicina na Índia, divulgador mundial da filosofia oriental, autor de mais de quarenta títulos e Leonard Mlodinow, professor de física, dedicado a divulgar a ciência em livros e artigos, ateu. O livro é simplesmente sensacional! Ainda estou no início, mas já percebi que o debate é caloroso e o mais interessante: o livro não tem a finalidade de te convencer a nada, não tem conclusão sobre os temas que propõe, é apenas a exposição das teorias e estudos de cada um dos autores, de cada área de atuação deles, mostrando que a verdade sempre tem dois lados, e cabe a cada um de nós escolher a que melhor nos representa. Veja alguns parágrafos do primeiro capítulo A Guerra – Perspectivas:

Primeiro com Deepak Chopra

Precisamos voltar à fonte da religião. Essa fonte não é Deus, é a consciência. (…)

A ciência jamais atingiu uma objetividade pura, nem jamais atingirá. Pois negar o valor da experiência subjetiva é descartar boa parte do que faz a vida valer a pena: amor, confiança, fé, beleza, espanto, maravilha, compaixão, verdade, arte, moralidade e a própria mente. (…)

O fato de a religião não ter dado certo não significa que uma nova espiritualidade, baseada na consciência, também não vai dar certo.

Agora a visão de Leonard Mlodinow

Deepak acha que as explicações científicas são estéreis e reducionistas, que elas resumem a humanidade a uma simples coleções de átomos não muito diferentes de qualquer outro objeto no Universo. Mas o conhecimento científico não reduz nossa humanidade, assim como saber que nosso país é um entre muitos não reduz a avaliação que fazemos de nossa cultura nativa. Na verdade o contrário está mais próximo da verdade. (…)

Só os homens podem se envolver nos maravilhosos processos da razão e do pensamento chamados de ciência; só eles podem entender a si mesmos ou como o planeta chegou até aqui; só os seres humanos teriam como descobrir que somos formados por átomos. (…)

A promoção do bem e a inibição do mal fazem parte do papel das religiões organizadas. E foram essas empreitadas – e não a ciência – que em geral deixaram de cumprir o que prometeram.

Deu pra sentir o tamanho da fogueira? E eles colocam lenha em mais de trezentas páginas, debatendo assuntos como: como surgiu o Universo; o que é a vida; se Deus é ou não uma ilusão… e por aí vai. Eu estou fascinada e recomendo, pois se você defende um dos lados, vai sair mais convencido ainda do seu ponto de vista, mas também vai passar a respeitar o outro lado da moeda. E se você está em cima do muro, vai acabar pendendo para algum lado, com certeza! 😀

Boa leitura!

Namastê! Blessed be!

CHOPRA, Deepak & MLODINOW, Leonard. Ciência X Espiritualidade. Ed. Sextante. 2011

Leitura aleatória IV

Cada um deve olhar para seu interior e refletir se o que tem feito na vida é coerente com os ditames de sua razão, com tudo o que a natureza lhe proporcionou e acima de tudo se está agindo com os clamores da voz interior, da alma sintonizada com sentimentos nobres e pensamentos altruístas. Quando cada um age de acordo com seu dharma, toda a natureza age a seu favor, e, quando atua contra, o ser nada contra a correnteza.

(Livro Dharma: Harmonia Cósmica – Antonio Geraldo Buck; Mystic Editora; pg.53)

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Leitura aleatória III

Se você ou eu escolhermos alcançar o domínio, nosso objetivo espiritual encontrará um aliado físico. O cérebro humano, assim como o próprio Universo, corresponde ao que você espera dele, de acordo com suas mais profundas convicções. Então, por que não acreditar que seu cérebro é capaz de propiciar esse domínio? Se um sentido pode ser substituído por outro, se o cérebro pode curar a si mesmo e se novos caminhos neurais se desenvolvem quando a pessoa decide que isso é possível, há muito mais liberdade para nós do que qualquer um já imaginou.

(Deepak Chopra & Leonard Mlodinow – Ciência X Espiritualidade – pg. 213)

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Leitura aleatória II

O ato de abrir um livro ao acaso, me encanta. Vou tornar isso um hábito aqui no blog e uma vez por semana, vou postar a leitura, sem explicação, análise ou opinião, para que cada um tire suas próprias conclusões.

Segue a leitura de hoje, transcrita tal qual está no livro, que é de 1990:

O pensamento confuso que nos levou a acreditar que a felicidade é um direito ao invés de um objetivo engendrou uma idéia igualmente errônea, de que todo o sofrimento e perda são acontecimentos totalmente negativos, que devem ser evitados a todo custo. A justaposição destas duas atitudes cria inevitavelmente muito descontentamento, pois acreditamos que deveríamos ter coisas que não temos, e não apreciamos aquilo que temos.

A suposição de que felicidade é algo a que temos direito ajudou a produzir um vasto número de neuróticos, que procuram constantemente por algo que não podem definir. Inextrincavelmente entrelaçado a tal busca existe o medo do sofrimento, tão estupidificante que bloqueia o caminho de qualquer mudança, a qual poderia ao final das contas trazer alegrias. Tendo nivelado mudança com perda e perda com sofrimento, preferirão ficar presos em sua própria miséria, ao invés de alterar qualquer coisa. Este padrão desastroso se tornou tão enrustido em nossa sociedade, que dificilmente questionamos nossa falta de recursos para enfrentar o sofrimento, ou até mesmo para enfrentar as novas situações. Achamos muito natural que as pessoas façam tudo o que estiver a seu alcance para não enfrentar a dor, esquecendo que ensinamentos valiosos podem ser perdidos com tal atitude defensiva.

Apelar excessivamente ao sofrimento é outra questão a qual pode ocasionar muita destrutividade. Dela podem resultar facilmente tanto a depressão como alguma forma de vício. Alternativamente, a pessoa pode acabar se revestindo de uma concha impenetrável, ou então ficar tão abalada emocionalmente que levará muitos anos, talvez mesmo várias existências, para se recuperar.

(Lorna St. Aubyn – A nova Era, um guia para viver em um novo tempo – Ed. Roca – 1990; pg.72)

Blessed be! Namastê!

Leitura aleatória

Aquela prática de abrir um livro, aleatoriamente, e ler a mensagem…

Há situações em que nenhuma resposta ou explicação satisfaz. Nesses momentos a Vida parece perder o sentido. Ou alguém em desespero pede sua ajuda e você não sabe o que dizer ou o que fazer.

Quando você aceita plenamente que não sabe, desiste de lutar para encontrar a resposta usando o pensamento de sua mente limitada. Ao desistir, você permite que uma inteligência maior atue através de você. Até o pensamento pode se beneficiar com isso, pois a inteligência maior flui para dentro dele e o inspira.

Às vezes, entregar-se significa desistir de querer entender e sentir-se bem com o que você não sabe.

(Eckhart Tolle – O poder do silêncio)

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Me reconheci…

Esse livro não para de me inspirar!!!

Segue mais uma passagem dele que me encantou… (estou pensando em fazer um resumão de todas as passagens que estou grifando durante a leitura kkkkk)

Blessed be! Namastê!

Amor à primeira vista

Sempre acreditei em amor à primeira vista. Mas sempre tive dúvidas com relação à se é Amor ou Paixão à primeira vista.

Primeiro vamos diferenciar um e outro (veja bem, essa é minha visão sobre o assunto):

  • Paixão: forte emoção causada por atração física, afinidades intelectuais, admiração, causando sensações como desejo, tesão, sentimento de posse, ciúme, saudade, “frio na barriga”, tremor, entre outros; pode durar pouco ou muito tempo, depende do relacionamento; pode ou não virar amor, bem como pode virar ódio.
  • Amor: nasce de uma admiração e afinidade mútua, onde se reconhece no outro tudo o que se busca em um(a) companheiro(a); pode nascer de uma paixão ou de uma amizade; dizem que vem com o tempo, traz paz e serenidade a quem sente e a quem recebe; nunca vira ódio, mas pode virar amizade quando acaba.
  • Alma-gêmea: seria o Amor verdadeiro, aquele que dura pra sempre e que nos ajuda a evoluir espiritualmente.

Dessa forma, acredito que ambos podem acontecer à primeira vista, tudo vai depender da evolução espiritual em que cada um se encontra. Nenhum é ruim, desde que não vire ódio e não cause mal ao outro. Mas acredito que todos deveríamos ter em mente que temos o direito de buscar amor de verdade, nossa alma-gêmea, mesmo entre as paixões passageiras. Mas com certeza, encontrar e reconhecer na hora nossa alma-gêmea é um dos maiores desejos do mundo, da maioria das pessoas pelo menos.

Por que estou refletindo sobre isso? Estou lendo, pela enésima vez, o livro O Alquimista*, do escritor Paulo Coelho, e quando cheguei na passagem abaixo, me emocionei enormemente, e fiquei pensando no assunto:

Finalmente surgiu uma moça que não estava vestida de negro. Trazia um cântaro no ombro, e a cabeça coberta com um véu, mas tinha o rosto descoberto. O rapaz aproximou-se para perguntar sobre o Alquimista.

Então foi como se o tempo parasse, e a Alma do Mundo surgisse com toda a força diante do rapaz. Quando ele olhou seus olhos negros, seus lábios indecisos entre um sorriso e o silêncio, ele entendeu a parte mais importante e mais sábia da Linguagem que o mundo falava, e que todas as pessoas da Terra eram capazes de entender em seus corações. E isto era chamado de Amor, uma coisa mais antiga que os homens e que o próprio deserto, e que no entanto ressurgia sempre com a mesma força onde quer que dois pares de olhos se cruzassem como se cruzaram aqueles dois pares de olhos diante de um poço. Os lábios finalmente resolveram dar um sorriso, e aquilo era um sinal, o sinal que ele esperou sem saber durante tanto tempo em sua vida (…).

Ali estava a pura linguagem do mundo, sem explicações, porque o Universo não precisava de explicações para continuar seu caminho no espaço sem fim. Tudo o que o rapaz entendia naquele momento era que estava diante da mulher de sua vida, e sem nenhuma necessidade de palavras, ela devia saber disso também. Tinha mais certeza disto do que qualquer coisa no mundo, mesmo que seus pais, e os pais de seus pais dissessem que era preciso namorar, noivar, conhecer a pessoa e ter dinheiro antes de se casar. Quem dizia isto talvez jamais tivesse conhecido a linguagem universal, porque quando se mergulha nela, é fácil entender que sempre existe no mundo uma pessoa que espera a outra, seja no meio de um deserto, seja no meio das grandes cidades. E quando essas pessoas se cruzam, e seus olhos se encontram, todo o passado e todo o futuro perde qualquer importância, e só existe aquele momento, e aquela certeza incrível de que todas as coisas debaixo do sol foram escritas pela mesma Mão. A Mão que desperta o Amor, e que fez uma alma gêmea para cada pessoa que trabalha, descansa e busca tesouros debaixo do sol. Porque sem isto não haveria qualquer sentido para os sonhos da raça humana.

É incrível como lemos várias vezes um mesmo livro, mas sempre encontramos novas mensagens, pois sempre o lemos em diferentes etapas de nossa vida, e sempre vamos ter novas percepções a respeito da história. Ultimamente tenho pensado muito em amor verdadeiro, pois acredito que chegou minha hora de o buscar, deixando para trás todas as paixões passageiras. Foram boas, sou grata por todas, mesmo as paixões que me magoaram no passado, pois serviram como experiência e aprendizado, mas agora me livrei de todas as mágoas, rancores e saudades, deixando o caminho aberto para o verdadeiro amor, não importa o tempo que leve para encontrá-lo. Ahhavah! Maktub!

Saudações! Namastê! Shalom!

Sou grata!

*COELHO, Paulo. O Alquimista. Editora Rocco, 1988. pgs. 117-118